Os erros da Cosan e seu impacto na Raízen
Os movimentos estratégicos da Cosan nos últimos anos levantaram dúvidas sobre a gestão do grupo. Em 2022, a holding surpreendeu o mercado ao investir R$ 21 bilhões na compra de 4,9% da Vale. O objetivo, na época, parecia ser diversificação, mas a estratégia rapidamente mostrou sinais de fragilidade.
A compra foi financiada por empréstimos e derivativos, um movimento complexo que aumentou a alavancagem da Cosan. Com a queda do minério de ferro e o impacto da crise imobiliária chinesa, o investimento perdeu valor rapidamente, forçando a Cosan a vender toda sua posição na mineradora. A venda, concluída em novembro de 2024, gerou R$ 9 bilhões, mas com prejuízo bilionário.
Apesar de aliviar o caixa da Cosan e reduzir a dívida em 40%, a estratégia trouxe impactos indiretos à Raízen. Parte do financiamento inicial foi garantido por dividendos futuros da Raízen, pressionando a operação da joint venture. Além disso, a percepção de inconsistência na gestão estratégica da Cosan afetou a confiança dos investidores, o que contribuiu para a desvalorização das ações da Raízen.
Werner Roger, da Trígono Capital, também criticou o alinhamento da Cosan com a sustentabilidade. Para ele, investir em um setor poluente como o de minério de ferro foi um movimento que contraria os princípios ESG pelos quais a Raízen é reconhecida. Segundo Roger, os recursos poderiam ter sido aplicados em tecnologias de energia verde, fortalecendo ainda mais a posição da Raízen nesse mercado.
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